Homem é indiciado por homicídio culposo no caso do barril de chopp que explodiu em 2021

(Foto:IGP)

A perícia concluiu a análise do barril de chopp que explodiu em setembro de 2021, resultando na morte do empresário campo-bonense Gilson do Nascimento, de 43 anos. Foi constatada uma falha na válvula de pressão, o que causou o acidente.

Testes realizados no Laboratório de Metalurgia Física da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), apontaram que o barril, de 30 litros, rompeu ao atingir a pressão que o fabricante considera o limite para a segurança – que é de 48 bar (medida de pressão de fluídos).

As peças internas da válvula devem ser trocadas a cada dois anos, porém a manutenção estava atrasada. A válvula havia sido fabricada em 2016, tinha garantia de cinco anos e estava fora da validade. Em análise, realizada no laboratório da Divisão de Balística do Instituto Geral de Perícias (IGP), foi possível constatar que havia desgaste nos componentes internos da peça.

falha na válvula de pressão causou o acidente (Foto:IGP)

Relembre o caso

Em 17 de setembro de 2021, dia do acidente, a família de Nascimento comemorava seu aniversário em casa e chegou a ligar para o proprietário da empresa que forneceu o barril de chope informando que estava ocorrendo uma falha e que era possível ouvir um barulho de pressão saindo do barril.

A vítima manipulava a válvula extratora do barril quando ele explodiu, rompendo o fundo e projetando o corpo dois metros adiante. A perícia iniciou dias depois no local onde o equipamento havia sido instalado, na casa da vítima.

O perito explicou que o barril ganhou força como um foguete. Segundo os peritos, quando escapa pressão para baixo, isto causa uma propulsão do barril. Gilson estava próximo, em cima do barril, e foi atingido pelo barril, havendo fratura nos braços, no peito e na região da boca. E o barril bateu no teto e caiu de novo no chão.

Homicídio culposo

O proprietário da empresa que forneceu a chopeira não foi preso e disse em depoimento que quem fazia manutenção era ele mesmo, sem o auxílio de uma empresa especializada.

Após a conclusão dos trabalhos da perícia, a Polícia Civil indiciou o proprietário da empresa Chopp Express por homicídio culposo – quando não há intenção de matar. A investigação constatou negligência, já que não foi feita a manutenção do equipamento, conforme recomendação do fabricante.

A pena em caso de condenação varia de 1 a 3 anos de prisão. O acusado responderá em liberdade.

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