‘Geladeira’ convida as pessoas para desfrutarem de uma boa leitura na parada de ônibus

Em Campo Bom, quem espera o ônibus na primeira parada da rua Visconde de Mauá, no sentido Centro/bairro, não tem motivo para ficar no celular enquanto o coletivo não vem. Isso porque este ponto, em especial, é diferente de outras paradas espalhadas pela cidade.

Além da cobertura metálica e dos bancos, o ponto de ônibus conta com uma geladeira recheada de livros. Todos gratuitamente à disposição dos passageiros. A ação faz parte do projeto Paradoteca, criado por alunos da Escola Técnica Estadual 31 de Janeiro. A iniciativa entrou em funcionamento há cerca de duas semanas e está fazendo sucesso. “Nossa principal intenção é incentivar a leitura. Hoje, a gente sente que as pessoas leem cada vez menos livros, às vezes, por falta de oportunidade. Nós queremos oportunizar isso para todos que passam por aqui”, conta o professor de Sociologia, Jéferson Nunes, 42 anos, coordenador da Paradoteca.

Inspiração

A geladeira sem uso ganhou uma nova função nas mãos dos alunos das turmas 223 e 224. O projeto surgiu em uma aula do professor em meados do mês de junho, sobre espaços culturais em Campo Bom. “Então questionei sobre a leitura dos jovens hoje, eles me responderam muitas coisas, a leitura no celular, as diferenças de ler um livro e ler as mensagens escritas em redes sociais. Então eu novamente questionei sobre os espaços de cultura e leitura. As respostas também foram variadas. Porém surgiu uma dúvida. Uma parada de ônibus poderia se tornar um ponto de leitura? Será que conseguiríamos unir livros para montar uma Paradoteca? O desafio foi lançado e eles toparam”, relembra Nunes.

Para conseguir tirar a ideia do papel foi preciso unir as duas turmas do segundo ano da instituição. Montada a equipe, as tarefas foram distribuídas: um grupo ficou responsável por catalogar os livros que chegavam através de doações. Outro colocou a mão na massa e reformou a geladeira que foi doada por uma aluna da escola. Pediram permissão à prefeitura, que cedeu a eles o direito de utilizar o espaço público e ainda fixaram o eletrodoméstico junto à estrutura da parada. “Conseguimos arrecadar 170 títulos, todos foram inventariados. Também colocamos alguns jornais e revistas e para dar um toque mais íntimo colocamos uma samambaia, para os usuários se sentirem em casa”, explicou a estudante Larissa Konrath,16.

Doações

Embora o projeto tenha sido idealizado pelos estudantes do 31 de Janeiro, qualquer pessoa pode colaborar com o projeto fazendo doações. Quem quiser, pode levar suas doações de livros e revistas diretamente a Paradoteca, que fica no ponto de ônibus logo em frente à instituição de ensino (rua Visconde de Mauá, 100 – Centro, Campo Bom).

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