Força, Fé e Solidariedade: Conheça a história de superação de Gisleine Kaizer

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arquivo pessoal

Ela enfrentou o maior desafio de sua vida, uma luta contra o câncer e provou da força que vem do amor e da solidariedade

Aos 33 anos, Gisleine Kaizer, moradora de Campo Bom, viu sua vida mudar drasticamente ao receber o diagnóstico de câncer.
Mãe de Vicente, de 8 anos, e Helena, de 5, ela enfrentou uma batalha intensa desde outubro do ano passado, quando descobriu, de forma inesperada, que possuía nove nódulos espalhados pelo corpo entre seios, coluna, garganta, ovário, nariz e fígado.


A descoberta veio após um erro na solicitação de exames: ao invés de uma tomografia da cabeça para monitoramento de coágulos antigos, foi realizada uma tomografia de corpo inteiro. Esse equívoco acabou revelando os nódulos e mudando completamente o rumo de sua vida. “A confirmação vem e te deixa sem chão. Parece que jogam você de um prédio e você não tem como fazer nada. O meu câncer estava se multiplicando muito rápido, o médico disse que, se não corrêssemos, eu não chegaria ao final do ano”, conta Gisleine. O choque inicial foi imenso, mas a luta começou de imediato, com cirurgias e medicações, Gislaine conseguiu retirar todos os nove nódulos.


O momento mais desafiador veio quando precisou ficar em isolamento devido a uma infecção bacteriana. “Foi onde pedi muito a Deus que me desse força. A Helena, minha filha mais nova, me perguntava: ‘Mamãe, você não nos ama mais? Por que não podemos te abraçar?’ Isso foi muito forte e dolorido.”
Quando finalmente saiu do isolamento, Gisleine prometeu buscar a filha na escola. “Quando contei a ela, a primeira coisa que perguntou foi: ‘Vou poder lhe abraçar?’. Quem tem filhos pode imaginar o que eu senti naquele momento. Quando cheguei na escola ela veio correndo me abraçar, com os olhos cheios de lágrimas. A professora me disse que ela não conseguiu dormir de ansiedade, porque esperava por esse reencontro. Esse foi o dia mais lindo.”

Um novo olhar para a vida

A luta contra o câncer transformou a visão de Gisleine sobre a vida. “Eu demorei um tempo até ter a coragem de contar a todos, não estava preparada para as perguntas que viriam. Ouvir a palavra ‘câncer’ me deixava em choque, então achava melhor deixar entre nós da família. Porém, como foi algo muito rápido, e muito sério, as pessoas ficaram sabendo, foi onde comecei a falar. Quando realizamos o primeiro brechó, me emocionei muito em ver tanta gente ali ajudando e com um carinho enorme. Recebo mensagens todos os dias, orações, presentes e muita força. Então posso dizer que estou forte e muito confiante porque tenho tantas pessoas incríveis ao meu lado. Minha mãe desde o primeiro dia, lá em outubro, até o momento, vem todos os dias me ajudar, chega de manhã e volta para casa dela a noite. Por isso sei que nós pais fizemos qualquer coisa por nossos filhos e é por eles que vou vencer, desistir nunca foi minha opção.”

Uma corrente de apoio

Diante dos altos custos do tratamento, que inclui cirurgias e remédios caros nem sempre cobertos pelo SUS, a família buscou alternativas. Foi então que em uma conversa com uma prima surgiu a ideia de um brechó solidário. O que começou com doações de amigos e parentes logo se transformou em um grande movimento de solidariedade. “Fizemos um grupo no WhatsApp onde foram entrando pessoas e doando. Pessoas essas, que nem me conheciam, mas compraram a ideia e se uniram por essa causa. Hoje temos mais de 250 membros no grupo onde todas ajudam de alguma maneira. Algo que não tem valor que pague, é simplesmente incrível.”
Além do brechó, outras ações como rifas. E arrecadação por Pix solidário, será realizado também um almoço beneficente no valor de R$30,00, que acontecerá no dia 27 de abril, a partir das 11hrs, na sede do União, no bairro Porto Blos.

Para aqueles que enfrentam desafios semelhantes, ela deixa um recado: “Deus nunca faz nada além do que podemos suportar. É fácil? Não, não é, mas quando recebemos o diagnóstico recebemos duas sentenças: de morte ou de vida. Escolha viver e lute com toda sua força por você e por sua família, pois, seu câncer não é só seu, é de todos em sua volta.” Ela também relata um aprendizado de vida. “Quando não temos saúde não temos nada. Hoje posso dizer com toda certeza que queria ter minha vida novamente, queria voltar a viver como era antes e eu achava que não estava 100%, mas eu estava errada, eu tinha uma vida maravilhosa. Quando você pensar que precisa trabalhar cada vez mais, porque precisa comprar uma casa, porque precisa trocar de carro, se vestir melhor, posso lhe garantir que nada disso tem valor. O que mais importa é você sentar no final do dia sem dor, com sua família, poder descansar e estar bem. Então viva, curta sua família, vá na casa de quem você ama, abrace e diga ‘eu te amo’, sinta o cheiro da vida, porque ela
é maravilhosa, é o nosso bem mais precioso.”
Apesar das dificuldades, ela mantém a esperança. “Quero que tudo isso passe
logo, para que eu consiga voltar a minha rotina, consiga viver para minha família novamente. Também quero muito fazer um projeto ligado a minha situação e poder ajudar muitas pessoas.”
Ela vê na família o combustível para seguir em frente e enfrentar os obstáculos. “A minha maior força é minha família, principalmente meus filhos, eles me dão a medicação que mais preciso: o amor e a força para enfrentar tudo com a fé inabalável. Com a certeza que tudo isso vai passar e só vão ficar as lembranças.”


A história de Gisleine é um lembrete poderoso de que o amor, a fé e a solidariedade podem transformar os momentos mais difíceis em fontes de força e esperança.

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