Final feliz: Noivos que vendiam paçoca em semáforo ganham festa

Angélica Spengler/AG

Empresários se sensibilizaram com a história do casal, e agora o casamento sai.

Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na festa de casamento e na batalha para pagá-la… Muito antes de fazer os votos diante do altar, casais vêm cada vez mais descobrindo que a união de forças precisa preceder a troca de alianças. Quem não abre mão de comemorar o casório, mas não tem uma poupança relativamente farta, descobre cedo que é preciso ir à luta. E, se vale bem nesse caso o ditado de que duas cabeças pensam melhor que uma, mais certo ainda é que dois noivos arrecadam mais do que um.

Bianca Vitória Nostrani Abreu e Istevan Luiz da Costa Gomes estão juntos há cerca de um ano e encontraram, na venda de paçoca no Centro de Campo Bom, uma alternativa para arrecadarem dinheiro e concretizarem o sonho do matrimônio. Em pouco mais de um mês de vendas os noivos arrecadaram cerca de R$300, montante distante do valor necessário para arcar com despesas da cerimônia e da festa. Depois que a história do casal foi notícia no AG, no dia 5 de junho empresários campo-bonenses se sensibilizaram com a história do casal, eles foram presenteados com o ensaio pré- casamento, salão de festas, cerimonial, DJ, decoração, pista de LED, fotógrafo, filmagem, assim como o buquê da noiva. “Essa experiência nos mostrou que somos capazes de ir à luta, sem medo e sem nos preocuparmos com o que os outros vão pensar. Cada dia que trabalhamos juntos na sinaleira ficamos fortalecidos no nosso amor e a esperança se renova”, afirmou o noivo.

Vale um casamento

A entrega do cheque “Vale um casamento” aconteceu sexta-feira, 10, no Largo Irmãos Vetter. “Eu não estou acreditando. A ficha ainda não caiu. O que parecia tão distante da nossa realidade vai se concretizar com a ajuda de pessoas que nem conhecíamos e agora já fazem parte da nossa família”, emociona-se Bianca.

Parceiros da campanha do Jornal A Gazeta, os empresários Pâmela e Rudimar da Silva da Style Sonorização procuram o AG logo após a publicação da matéria sobre o casal. “Eu estava trabalhando e minha esposa me ligou falando que precisava falar comigo urgente. Fiquei preocupado, foi aí que ela me contou da matéria da Gazeta sobre a história de noivos que estavam vendendo paçoca no semáforo e que queria ajudar eles. Na hora topei”, relembra, Rudimar.

O Clube Oriente, um dos clubes recreativos mais tradicionais de Campo Bom também se comoveu com a persistência dos noivos e vai disponibilizar gratuitamente o espaço para a festa, que deve acontecer no mês de dezembro. “A Bianca e o Istevan, apesar da pouca idade e todas as adversidades que estamos enfrentando diante desta pandemia, estão nos mostrando o valor da persistência. Para eles o casamento era um sonho, mas agora, unindo forças, vamos tornar realidade”, disse Eldo Ivo Klein presidente do Clube Recreativo e Cultural Oriente.

Mas até o grande dia chegar o casal ainda precisa vender muitas paçocas. “Ainda não temos dinheiro suficiente para pagar buffet e as bebidas. Então vamos prosseguir com as vendas”, comenta Bianca. A ideia, segundo os noivos, é também levar às ruas a mensagem do amor que pode ser sentido por todos. “A gente tem aqui uma noção do que é estar juntos, de ir atrás juntos e fazer isso tudo na parceria”, afirma.

Você também pode ajudar

Além da alimentação, o casal ainda precisa de recursos para o aluguel das roupas para a cerimônia e os convites. Se você quiser colaborar com o casório, basta entrar em contato com os noivos através do telefone (51) 99614-8976.

Vai ter paçoca no casamento, sim!

Símbolo do casal, a paçoca, vai ser personagem principal da celebração, adianta a noiva. “Não sei como nem aonde, mas vai ter paçoca sim no casamento. Afinal, se não fosse ela nada disto teria acontecido”.

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