EXCLUSIVO:A inspiração de Kadmiel, o menino que sonhava ser policial

Giordanna Vallejos/AG

Conheça a emocionante jornada de coragem e amor de um pequeno herói que faleceu no Dia dos Pais

Por Giordanna Vallejos

Sempre usando a sua farda e sendo carinhoso com todos a sua volta, o pequeno Kadmiel Edson Rodrigues da Silva, com apenas 5 anos, cativou pessoas por onde passou, em especial, a comunidade campo-bonense, que o acolheu. Ele faleceu no Dia dos Pais, devido a um câncer nos rins, mas o seu legado permanecerá vivo, por muitos anos.

Apaixonado pela Brigada Militar, ele se intitulava como “policial bebê”. Em vida, recebeu a visita dos brigadianos no Hospital das Clínicas,em Porto Alegre, enquanto fazia seu tratamento. Na sua despedida, os policiais também estiveram presentes, e realizaram uma comovente homenagem. Saiba mais sobre Kadmiel, em uma entrevista exclusiva com os pais dele, Cleonice Rodrigues da Silva e Edson Silva.

Paixão pela polícia

A luta de Kadmiel começou no Mato Grosso do Sul, sua terra natal, mas a busca por tratamento o trouxe ao solo gaúcho. “Ele tinha dois anos e dez meses quando descobrimos o câncer. Devido ao câncer, ele precisou tirar um rim e precisávamos de um nefrologista infantil”, compartilhou sua mãe, Cleonice Rodrigues da Silva. As opções eram limitadas e a família decidiu pelo tratamento pelo SUS no Rio Grande do Sul, um dos três estados do Brasil, no qual existe a especialização necessária.
No entanto, o câncer implacável retornou, forçando-o a passar por sessões de quimioterapia. “Cada vez que ele fazia uma quimioterapia ele sofria, ficava internado quase um mês”, disse Cleonice. A luta era árdua, mas havia uma constante fonte de alegria: a Brigada Militar.

“Ele não podia ver um policial na rua, ele tinha que parar para dar oi”, contou sua mãe. A paixão de Kadmiel pelos policiais era surpreendente e, de alguma forma, inexplicável, pois não havia nenhuma referência no seu círculo social. Seu pai, Edson Silva, supervisor de segurança, recordou: “Quando ele era pequenininho, gostava de assistir os Bombeiros, Patrulha Canina. Ele gostava dessa ideia de salvar as pessoas, de resgatar”.

“Por isso, nós decidimos enterrar ele com a farda que ele tinha. Me falaram ‘coitadinho, morreu e não realizou o sonho de ser policial’. Mas ele realizou sim. Para ele, ele era um policial. Ele não entendia se precisava estudar, fazer concurso, ele era o policial bebê, e não tinha quem tirasse isso da cabeça dele. Ele ficava fardado até aqui no pátio de casa, brincando”, explica a mãe, emocionada.

Um legado de amor e esperança

Cleonice compartilha que uma das características mais marcantes de Kadmiel, além da sua paixão pela Brigada Militar, era o seu jeito amoroso, com todas as pessoas que ele conhecia. Inclusive, antes de falecer, no Dia dos Pais, suas últimas palavras foram “Pai, eu te amo”.

Enquanto Kadmiel travou sua batalha corajosa, a comunidade de Campo Bom o abraçou com amor. “A presença da Brigada, dos Bombeiros e da Guarda na cerimônia de despedida dele foi a coisa mais linda. Famílias de Campo Bom nos ajudaram muito, a comunidade nos abraçou. Continuaremos aqui, onde meu filho está, e onde ele queria continuar”, relembrou sua mãe, com gratidão.

Com o registro da luta de Kadmiel, muitas vidas foram impactadas positivamente.”Diante da situação, eu fui documentando tudo, passo a passo, no Tik Tok. Eu não sabia que daria essa repercussão toda. Ele cativou muitas pessoas. Comecei a receber muitas mensagens, pessoas de cinco países diferentes, gente dizendo que ele ajudou,só pelo exemplo de superação. Meu filho me ensinou muita coisa. A saudade vai bater, vamos pensar nele em todos os momentos, mas ele descansou, e foi um herói”, disse o pai.

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