Entenda como funciona o sistema de segurança das urnas eletrônicas

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Antes de cada eleição, elas passam por testes públicos de segurança e, até hoje, ninguém conseguiu romper as mais de 30 barreiras digitais

Cerca de 52 mil campo-bonenses têm um compromisso com a democracia no próximo domingo, 15. Vai ser o reencontro dos cidadãos com a urna eletrônica, que há duas décadas garantiu rapidez e confiabilidade exemplar do nosso sistema de votação.

São 473.503 urnas eletrônicas nas eleições de 2020. A estreia da tecnologia foi em 1996, quando 57 cidades fizeram teste-piloto. No ano 2000, a eleição já era totalmente eletrônica. Desde então, a urna eletrônica vem evoluindo e ganhou atualizações de segurança como a biometria, que foi suspensa em 2020 por causa da pandemia. Mas um ponto nunca mudou. A urna eletrônica sempre trabalha offline, não fica ligada a nenhuma rede de internet e tem vários lacres de segurança.

Em Campo Bom, 136 urnas estarão distribuídas nas 136 seções eleitorais e antes de cada eleição, elas passam por testes públicos de segurança e, até hoje, ninguém conseguiu romper as mais de 30 barreiras digitais. Além disso, dentro de cada urna, uma espécie de caixa preta registra tudo o que acontece.

Em entrevista ao Jornal A Gazeta, o chefe da 105ª Zona Eleitoral de Campo Bom, Murilo do Amaral, ressaltou a confiabilidade das urnas eletrônicas, que passaram a ser utilizadas com o intuito de evitar fraudes no processo eleitoral, que contava com cédulas impressas.

Jornal A Gazeta – Como é feita a preparação das urnas eletrônicas?

Murilo do Amaral – Toda a preparação das urnas eletrônicas é um processo que começa um ano anterior ao pleito, com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contratando empresas de Tecnologia da Informação para realizar testes dos softwares e aferição da sua confiabilidade. Este trabalho além de possibilitar auditorias no sistema que faz a urna funcionar, a tecnologia adotada permite a recontagem de votos por meio do (RDV) Registro Digital do Voto e sua comparação com o boletim de urna (BU), impresso logo após o encerramento da votação em cada seção eleitoral do país. Em relação ao processo local, que cada zona eleitoral realiza, desde quando as urnas chegaram ao cartório vêm sendo trabalhadas no sentido de verificar a sua autenticidade e dos sistemas controlados pelo TSE

AG – Desde o dia 31 de outubro os cartórios eleitorais estão fazendo a geração dos dados das urnas com o nome dos candidatos, partidos, coligações partidárias e dados dos eleitores. Esses dados são criptografados, correto?

Murilo – É utilizado na urna eletrônica o que há de mais moderno no mercado quanto as tecnologias de criptografia, assinatura digital e resumo digital, toda essa tecnologia é utilizada pelo hardware e pelo software da urna eletrônica para criar uma cadeia de confiança, garantindo que somente o programa desenvolvido pelo TSE, gerado durante a Cerimônia de lacração dos Sistemas Eleitorais, pode ser executado nos equipamentos devidamente certificados pela Justiça Eleitoral. A criptografia digital é um mecanismo de segurança para o funcionamento dos programas computacionais. Como os dados tornam-se codificados e embaralhados, torna-se impossível o acesso por pessoas não autorizadas.

A urna eletrônica funciona com um sistema em que não há interferência externa, ou seja, não é conectada com nenhum tipo de rede de internet, nem Wi-Fi ou via cabo. Correto? Poderia explicar como o sistema funciona?

Murilo – As urnas não tem ligação alguma com a internet ou qualquer meio de transmissão de dados. O único cabo que ela possui é o de energia. E ainda, se for necessário, ela poderá ficar ligada somente na bateria por mais de 10 horas, por exemplo, caso falte luz. Elas não são vulneráveis a ataques externos, pois funcionam de forma isolada, ou seja, não dispõem de qualquer mecanismo que possibilite sua conexão a redes de computadores, como a internet. Além disso, as mídias utilizadas pela Justiça Eleitoral para a preparação das urnas e gravação dos resultados são protegidas por técnicas modernas de assinatura digital e não é possível a um hacker atacar, remotamente, qualquer arquivo presente nessas mídias, para compreender como funciona sua segurança, a urna nada mais é do que um teclado que computa votos e os armazena em um módulo específico, sua programação é extremamente simples.

Como é feita a transmissão de dados após a emissão do boletim da urna?

Murilo – As mídias de resultado são encaminhadas para um centro de transmissão, que pode ser o próprio Cartório Eleitoral (via de regra), o local de recepção de materiais para apuração. O envio dos dados é todo feito em rede privada, exclusiva da Justiça Eleitoral, sendo inacessível para quaisquer tipos de invasores (hackers). Os locais de transmissão são publicados no site do TRE cinco dias antes da eleição.

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