Doação de órgãos será tema de palestra no próximo dia 5

Guilherme Schlindwein/PMCB

A Fundação Cultural e Assistencial Ecarta é uma entidade instituída pelo Sindicato dos Professores do Ensino Privado do RS (Sinpro/RS). O projeto Cultura Doadora, que integra o Ecarta, foi lançado em 2012 para atuar de forma permanente junto à comunidade educacional e ao público em geral, com vista ao esclarecimento e a sensibilização para a importância da doação de órgãos e tecidos. O encontro, que conta com apoio da Prefeitura (através do Gabinete da Primeira-dama e da Secretaria de Saúde) e do Jornal A Gazeta, será gratuito e aberto ao público – também haverá transmissão ao vivo pelo Facebook e pelo Youtube da Prefeitura para quem quiser assistir de casa. 

Para interessados no assunto, no dia 5 de outubro, acontecerá a palestra “Cultura Doadora: vamos falar sobre doação de órgãos?”, no Auditório Marlise Saueressig, do Complexo Cultural CEI, às 19h.


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Confira a entrevista exclusiva do AG com a coordenadora do projeto Cultura Doadora, Glaci Borges.

Jornal A Gazeta: O que será abordado na palestra que ocorrerá no dia 5?
Glaci Borges:
O processo desde a doação até o transplante de forma muito clara para que a comunidade possa entender e se familiarizar com todo o andamento do processo, esclarecendo: quem pode doar; quem não pode; quais os tipos de doadores; o que é morte encefálica; o que causa a morte encefálica; como é diagnosticada a morte encefálica; quem faz esse diagnóstico; como e quando a família é entrevistada para uma possível doação; quem faz a entrevista; o que acontece depois que a família autoriza; quais as etapas do processo e qual o tempo que temos para que tudo aconteça. Teremos também depoimentos importantes de pessoas que fizeram e fazem parte do processo.

AG: Quem serão os palestrantes?
Glaci:
O professor Marcos Fuhr, professor, presidente da Fundação Ecarta e mentor do projeto Cultura Doadora; a Dra. Fernanda Bonow, médica intensivista pediátrica do HPS de Porto Alegre e é Coordenadora da OPO1, Organização de Procura de Órgãos da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre; Liège Gautério, educadora física, bióloga e fonoaudióloga. Em 2003 teve o diagnóstico de fibrose pulmonar e foi transplantada em 2011. Liège participou de duas Olimpíadas de Transplantados e foi a primeira mulher transplantada a disputar e ganhar uma corrida de 100 metros rasos. Liège hoje é bi-campeã mundial nos 100 metros rasos.

AG: Como a pandemia da Covid-19 impactou a doação de órgãos?
Glaci:
Baseado nos dados do relatório do primeiro semestre de 2021 da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), com o agravamento da pandemia pelo Covid-19 em todo o país, a partir de fevereiro, a queda nas taxas doação e de transplante de órgãos se acentuou. Regredimos para o ano de 2014 nas taxas de doação em geral. Comparado com o primeiro semestre de 2020, houve aumento de 13% na taxa de notificação de potenciais doadores com 55 por milhão de população (pmp), a taxa mais alta já obtida, entretanto, a taxa de doadores efetivos caiu 13%, em decorrência da queda de 24% na taxa de efetivação da doação, que despencou para 24,9%. Isto significa que, até o ano passado, precisávamos de três potenciais doadores para efetivar uma doação e, agora, necessitamos de quatro potenciais doadores para obter o mesmo resultado.

AG: Como poderia ser abordado este tema nas escolas e gerar mais incentivo desde cedo?
Glaci:
O que precisamos é que os adultos diminuam suas resistências. A dificuldade de falar sobre esse tema é dos adultos e não das crianças. Não gostamos de falar de morte, e esse é o ponto. As crianças são seres abertos, sem críticas, curiosas, atentas e muito observadoras e a conversa com elas é natural. A criação de uma cultura acontece na base da formação. Subsídios pedagógicos para crianças desde os anos iniciais até o ensino médio são encontrados no nosso site como sugestões. Basta acessar o QR code, baixar o material e aplicar em sala de aula.

Você tem alguma dúvida sobre a doação de órgãos? Mande uma mensagem no Whatsapp ou ligue para o AG, no número 99791.0963, que as dúvidas serão respondidas no dia 5 de outubro pelo especialista do Ecarta.

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