Descarte irregular de lixo e entulhos coloca saúde e segurança em risco

Joceline Silveira/AG

O descarte irregular de lixo e entulho ainda é um problema grave em diversas regiões de Campo Bom. Em alguns pontos essa prática já acontece há tanto tempo que os moradores até já se acostumaram. Um risco para a saúde e até mesmo para a segurança.

Na rua Limeira, na Grande Operária, o lixo virou comida para os cachorros e a quantidade de entulho ocupa parte do passeio. Há carcaças de produtos eletrônicos, pedaços de móveis, galhos e restos de materiais de construção.

A população reclama. “Tem que vir pelo meio da rua porque os lixos estão na calçada. Não se consegue passar. Eles jogam entulho. A prefeitura tira, mas não adianta. Todos os meses a Prefeitura limpa aqui”, conta a dona de casa Marcia Alves.

Além de ser um foco de doenças, o impacto também é grande na segurança dos pedestres. Quem passa a pé pela rua Ottomar Hoff tem que se arriscar andando no meio da rua. “A gente vem para o meio da rua porque não tem calçada. Corre o risco de ser atropelado, mas não tem outra opção”, desabafa o aposentado Antonio Carlos Ribeiro.

Na rua Álamo o problema se repete. Local onde a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema) realizou a limpeza recentemente já está tomado pelo lixo. “Eles trazem de madrugada utilizando carrinhos de mão e de supermercado e o que impressiona é que em Campo Bom os serviços funcionam. A coleta seletiva passa nos dias corretos e, se precisar do Caco Treco é só ligar para a Prefeitura, mas o problema é que falta conscientização das pessoas”, comenta o policial militar reformado Jerian de Souza.

70 pontos críticos

Em 2018 a Sema mapeou mais de 70 pontos críticos de descarte irregular de lixo na cidade. Nesses pontos, foram identificados vários tipos de resíduos (domésticos, industriais, perigosos entre outros). “Vale alertar os riscos e prejuízos que esses materiais acarretam para a saúde da população com a proliferação de ratos, mosquitos, escorpiões, além da degradação do meio ambiente”, frisa João Flávio da Rosa, secretário de Meio Ambiente.

Na contramão da proliferação dos locais irregulares de descarte, o município disponibiliza cinco caminhões semanalmente para o descarte de resíduos. “Três vezes por semana o caminhão compactador da coleta orgânica passa na frente de todas as casas, uma vez a coleta seletiva e mais o caminhão do Caco Treco que é só agendar que recolhe móveis, sofás entre outros”, explica João Flávio.

Lixo Zero

Após o mapeamento dos pontos críticos de descarte a Secretaria de Meio Ambiente adotou diversas medidas entre elas o lançamento da campanha “Lixo Zero Cidade Limpa” que consiste em várias ações de conscientização ambiental, uma delas é o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) com objetivo de dar uma nova função social pra esses espaços. “Esse programa conta com o apoio da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos na limpeza dos locais. Em seguida, com o envolvimento da comunidade através das associações de bairro, escolas ou voluntários é realizado o plantio de árvores, flores e instalada uma placa de “Proibido colocar Lixo” ou do programa Caco Treco”, detalhou o secretário.
Até o momento já foram recuperados mais de quarenta pontos de descarte irregular em Campo Bom, destes, cerca de 10% tiveram reincidência, com a população abandonando dejetos novamente no local.

Fiscalização

O descarte irregular no município, segundo a Prefeitura, pode gerar multa, caso o infrator seja identificado. Em uma ação conjunta a Sema e a Secretaria de Obras estão intensificando a fiscalização. o que tem conseguido identificar e multar várias empresas e pessoas. “Recentemente identificamos descartes de resíduos industriais em diversos pontos da cidade, os fiscais agiram rapidamente e já conseguiram identificar algumas empresas envolvidas indiretamente e que estamos muito próximo de descobrir as pessoas que cometeram o crime ambiental em nossa cidade”, revela João Flávio.

Outra medida de fiscalização seria a criação de um comitê, com a participação de entidades e órgãos para discutir soluções para o problema, a iniciativa está sendo analisada pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente.

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