Conheça algumas plantas medicinais da nossa região

Reprodução

A série Biologia em Pauta, em parceria com a bióloga Carolina Rangel – formada em licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)–, está de volta, desta vez visando, especialmente, o ensino fundamental, atendido pelo programa AG Educa nas escolas de Campo Bom. Confira a seguir a quinta parte da série.

Você já deve ter ouvido falar que existem plantas que possuem substâncias químicas importantes e que algumas são até capazes de curar, não é mesmo? Elas são chamadas de plantas medicinais. Muito antigamente, quando não era comum o uso de remédios que encontramos nas farmácias, as plantas medicinais faziam parte diretamente da rotina das pessoas que cultivavam e consumiam elas, tanto para prevenção, quanto para o tratamento de doenças. Esse conhecimento foi (e ainda é) passado de geração para geração. Provavelmente seu avô ou sua avó devem carregar um pouco deste conhecimento consigo.

O potencial das plantas para fins medicinais ainda é muito estudado e muitos medicamentos são produzidos a partir de substâncias encontradas nelas. Esse ramo é denominado de fitoterapia. Apesar do avanço da medicina, no Brasil as plantas medicinais ainda são fortemente utilizadas por uma parcela da população, principalmente através do consumo de chás. Mas, você sabia que existem muitas outras formas de utilizar essas espécies para nossa saúde e bem-estar?

Porém, antes de consumir é importante identificar corretamente a espécie da planta, sua finalidade terapêutica e a preparação adequada para consumo. Além disso, o acompanhamento de profissionais capacitados não deve ser descartado. Apesar de naturais, algumas plantas que podem ser consumidas e podem causar efeitos indesejados, como por exemplo, serem tóxicas.

No dia-a-dia, nos deparamos com inúmeras espécies e raramente sabemos o potencial que elas possuem para nossa saúde. Hoje vamos conhecer algumas dessas plantas medicinais que são nativas do Rio Grande do Sul.

Macela (Achyrocline satureioides)

A famosa macela (ou, como é popularmente chamada, marcela) é considerada a planta medicinal símbolo do Rio Grande do Sul. Ela é encontrada em campos e áreas abertas ensolaradas em todo o Brasil. Para fins medicinais, são utilizadas as suas flores e ramos, pois essas partes possuem substâncias capazes de tratar problemas digestivos, pressão alta, colesterol, diabetes, aftas, feridas, problemas de bexiga, dor de cabeça, febre e outros sintomas. Além disso, pode funcionar como calmante e anti-inflamatório.

Pata-de-vaca (Bauhinia forficata)

É conhecida como pata-de-vaca ou pata-de-boi por causa do formato de suas folhas, que são similares às patas destes animais. Essa planta é nativa nas bordas das matas do Rio Grande do Sul e outros estados brasileiros. Para fins terapêuticos, são utilizadas as folhas e as cascas dos ramos, principalmente para tratamento de cálculos renais, diarreias, má circulação do sangue e alguns parasitas intestinais. Ela é uma planta muito comum de ser vista em cidades, como ornamentação urbana. Você já viu alguma por aí?

Pitangueira (Eugenia uniflora)

Árvore que fornece as famosas pitangas é nativa de bosques e áreas alagadas no Brasil e outros países vizinhos. Suas folhas podem ser utilizadas para tratar alguns problemas digestivos, diarreia, febre, cólicas, colesterol e diabetes, entre outros sintomas. Essa planta é bastante cultivada em pomares domésticos pela produção de seus deliciosos frutos.

Tansagem (Plantago australis)

É uma erva nativa no sul e sudeste do Brasil, em áreas abertas de campos. Para fins medicinais, são utilizadas suas folhas e sementes, pois possuem ação antibacteriana, anti-inflamatória, antiviral, cicatrizante e também, combate problemas na pele (cravos, alergias e feridas), picadas de insetos, cólica menstrual, infecções e muitos outros problemas. Essa planta é muito comum em cidades e crescem espontaneamente em jardins e calçadas. Além de ser uma planta medicinal, suas folhas também podem ser utilizadas na culinária!

Guanxuma (Sida rhombifolia)

Conhecida como guanxuma ou vassourinha, é uma planta muito comum no Brasil. São utilizadas suas raízes, ramos e folhas, pois essas partes possuem ação anti-inflamatória, antimicrobiana, calmante e podem auxiliar no tratamento de epilepsia. É considerada eficaz para reduzir pressão alta e colesterol, e, também, é muito utilizada contra picadas de insetos. Essa planta cresce espontaneamente em lavouras, beira de estradas e terrenos em todo o país, sendo considerada uma planta daninha.

DICA DA BIÓLOGA

Você sabe o que é planta daninha?
Planta (ou erva) daninha é o termo utilizado para descrever uma planta que muitas vezes, mas não sempre, é exótica, e que nasce livremente em locais e momentos “indesejados”, e que podem interferir negativamente na agricultura.

Vamos saber mais?
Hoje conhecemos apenas cinco plantas medicinais comuns de encontrar na região, porém existem muitas mais! O que você acha de descobrirmos quais espécies estão presentes na sua casa, na sua escola ou na sua vizinhança? Você também pode perguntar aos seus familiares mais velhos se eles conhecem alguma receita de chá que utilize plantas medicinais.

Sair da versão mobile