Cerca de 78,3% das famílias Brasileiras estão endividadas

Confira o que causa o alto endividamento dos Brasileiros e as possíveis soluções

O endividamento das famílias Brasileiras é uma realidade preocupante no país. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) de 2023, cerca de 78,3% das famílias brasileiras estão endividadas, ou seja, possuem dívidas em atraso ou não. Além disso, a inadimplência atinge 43,85% da população, segundo o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas elaborado pelo Serasa.

Causa e consequência

Diante desse cenário alarmante, é importante compreender as razões por trás desse alto nível de endividamento no país. Segundo Cláudio Roberto Schmitz Júnior, especialista em Controladoria e Finanças e Educador Financeiro pela Fundação La Salle, muitas famílias enfrentam situações financeiras complicadas e acabam recorrendo a soluções práticas para resolver seus problemas. “O crédito fácil disponível atualmente traz consigo taxas de juros exorbitantes, que nem sempre são consideradas no momento da contratação. Essas taxas, por vezes, inviabilizam o pagamento das dívidas, comprometendo o sustento básico das famílias”, elucida.

Lei do Superendividamento

Para lidar com essa questão, em 2021 foi criada a Lei do Superendividamento, buscando oferecer algum alívio para aqueles que estão com dívidas em atraso. Cláudio explica que a lei proporciona uma saída para aqueles que se encontram nessa situação, permitindo que procurem órgãos de defesa do consumidor, como Procon ou mesmo o Judiciário do município. “Ao recorrer a esses órgãos, é importante que as dívidas estejam organizadas, a fim de verificar se o caso se enquadra como superendividamento. Um estudo é realizado para elaborar, juntamente com os credores, uma nova negociação que possibilite o pagamento das dívidas de forma mais justa e digna”, disse ele.

A importância da educação financeira

No entanto, para aqueles que não se encontram em situação de superendividamento, a educação financeira é a chave para enfrentar o endividamento. Conforme o especialista em Controladoria e Finanças, questões como consumo consciente, distinção entre necessidade e desejo, além do controle financeiro, devem ser estudadas por todas as famílias. Essas ferramentas permitem um enfrentamento mais eficaz de um eventual endividamento.

Para evitar o endividamento, a educação financeira desempenha um papel fundamental. Cláudio elucida que realizar um controle financeiro das entradas e saídas de dinheiro da família é um passo essencial, pois permite identificar os gastos possíveis de acordo com a renda gerada. “A regra básica é gastar menos do que se ganha. Caso seja necessário recorrer ao crédito, é fundamental analisar as diferentes opções do mercado, considerando que a opção mais fácil geralmente é a mais cara. É importante verificar o custo efetivo total da operação para fazer comparações e incluir no controle financeiro o pagamento das parcelas. A família que contrata um empréstimo deve estar ciente de que será necessário fazer um esforço financeiro futuro para quitá-lo”.

Cartões de crédito e empréstimo são os grandes “vilões”

O mau uso do cartão de crédito, aliado à facilidade de obtenção e às altas taxas de juros, o torna o principal responsável pelo endividamento. Atualmente, o cartão de crédito é oferecido automaticamente assim que uma conta bancária é aberta, o que contribui para sua utilização descontrolada. O empréstimo consignado também é de fácil acesso e, embora não exija esforço imediato para o pagamento das prestações, reduz a renda mensal por um longo período.

Diante do alto endividamento das famílias brasileiras, é fundamental conscientizar a população sobre a importância da educação financeira e da busca por soluções adequadas. É necessário um esforço conjunto da sociedade, do governo e das instituições para enfrentar esse desafio e buscar uma melhoria no cenário econômico do país.

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