Candidaturas femininas crescem 70%

Mesmo com o avanço, o número de candidatas representa 38% do total.

O número de candidatos ainda pode mudar, já que a Justiça Eleitoral precisa aprovar o registro das candidaturas e pode haver desistências.
Mas já é possível perceber que o percentual de candidaturas femininas para o legislativo será, mais uma vez, muito próximo do limite estabelecido em lei. Desde 1997, a lei eleitoral brasileira exige que os partidos respeitem a cota mínima de 30% de mulheres na lista de candidatos para a Câmara dos Deputados, as Assembleias Legislativas e as Câmaras municipais. A legislação, porém, praticamente não foi cumprida até 2012, quando partidos passaram a ser punidos. Muitos, então, para burlar a cota, começaram a colocar candidatas “laranja” apenas para cumprir a lei.

Este ano, com leis e fiscalização mais rídidas, caso não cumpram a lei, os partidos podem ter todos os seus nomes impugnados (contestados) ou ser notificados a ajustar o mais breve possível a composição.

Além disso, as eleições de 2020 também vão ser o primeiro pleito municipal em que existe uma cota financeira para as candidaturas femininas. Os partidos devem repassar 30% dos recursos do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral para as mulheres.

Aumento de 70%

Dos 149 nomes homologados pelos partidos políticos para a disputa pelas 11 vagas na Câmara de Campo Bom, 56 são mulheres. Em números absolutos, a participação feminina nas Eleições 2020 registra um aumento de 70% na comparação com 2016, quando havia 33 candidatas à uma cadeira no Legislativo.

As mulheres somam 38% do total de candidatos homologados para as eleições proporcionais de 2020. O percentual atende à exigência da proporcionalidade de gênero de 30%/70% para a formação das chapas.

Já na eleição majoritária, Campo Bom conta com uma candidata à prefeita. Cleusa Nascimento (Republicanos) disputa na cabeça de chapa. E tem duas candidatas à vice: Rosalina Cardoso (PSB) e Sandra Rorato (PRTB).

O partido que mais lançou candidatas à vereadora foi o PSDB (7), seguido pelo MDB, PDT, PP, PSB com seis candidatas cada. Algumas siglas limitaram-se à obrigação do mínimo de 30% na proporção de gênero.

Apenas quatro mulheres se elegeram ao cargo

Maria do Carmo da Silva (foto), primeira mulher eleita vereadora em Campo Bom (1977)

Na história da Câmara de Vereadores campo-bonense, ao longo de 61 anos, apenas quatro mulheres ocuparam uma cadeira do Legislativo. A pioneira, Maria do Carmo da Silva (Arena), assumiu em 1977, se reelegendo em 1983, em uma época que os mandatos eram de seis anos. Em 1988, Celene Íris Adam Thoen (PDS), foi eleita permanecendo no cargo de 1989 à 1992, depois de Celene por três legislatura (doze anos) nenhuma mulher foi eleita vereadora no município. Em 2004, Maria Marlene Bett (PSB) quebrou o jejum feminino na Câmara, sendo uma das vencedoras do pleito cumpriu mandato de 2005 a 2008. A quarta mulher à assumir uma as onze cadeiras no Legislativo municipal foi a atual vereadora Sandra Orth (PSDB), eleita no pleito de 2016.

Segundo Maria do Carmo da Silva (foto), primeira mulher eleita vereadora em Campo Bom (1977), o aumento no número de candidatas é reflexo das mudanças e determinações legais sobre as candidaturas das mulheres, o que traz mudanças positivas para a corrida eleitoral. “Antes, com coligação, tinha partido que não se preocupava em ter afiliadas interessadas em lançar candidatura. Agora, (com o fim das coligações), têm a preocupação de formar candidaturas femininas viáveis. Então essa é a primeira eleição que muda o contato do partido com a temática dando mais visibilidade feminina na política”, afirma. “Fico muito feliz em ver o número de mulheres concorrendo. A mulher tem um olhar diferente na política, conseguimos observar os fatos por aspectos mais humanos sem deixar o caráter legal de lado. Temos que lutar pelo nosso espaço de direito e temos capacidade para isso”.

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