“As Arteiras”: transformando vidas através do artesanato e da amizade

Giordanna Vallejos/AG

Projeto gratuito de artesanato na Praça CEU, em Campo Bom, se destaca por unir habilidades manuais, terapia e solidariedade, fortalecendo mulheres de diferentes idades

Por Giordanna Vallejos

Um projeto está ganhando destaque ao promover a transformação de vidas através do artesanato. “As Arteiras”, como são carinhosamente chamadas, reúnem-se na Praça CEU para aulas gratuitas de diversas técnicas, em um ambiente acolhedor e repleto de amizade.

Em meio a oficina que ocorre duas vezes por semana e tem mais de 20 participantes, elas aprendem e ensinam mutuamente, transformando materiais de descarte em lindos artesanatos, enquanto se divertem e conversam sobre a vida.

Criatividade, aprendizado e superação

Eliziana Sandra Zamboni, professora do projeto desde 2016, relembra seu encantamento ao chegar na Praça CEU: “Eu fui convidada para vir para cá porque já tinha esse grupo. Quando eu cheguei aqui, me encantei com o espaço, eu não conhecia, como muitas pessoas da comunidade não conhecem”. A diversidade de técnicas e materiais explorados pelas Arteiras reflete a flexibilidade do grupo. Eliziana conta entusiasmada: “Temos oficinas na terça de manhã, de tarde, na quarta de tarde e de noite. Fazemos diversas atividades como pintura em vidro, trabalho com caixinhas de leite, costura, fazemos guirlandas, peso de porta.”

Ensinando e aprendendo

Eliziana reconhece o valor das alunas não apenas como aprendizes, mas como professoras também: “Elas me ensinam muito pela experiência de vida e pelas habilidades que elas têm, eu só estou aqui como uma intermediária.” Além disso, destaca a preparação das alunas para se tornarem empreendedoras, proporcionando-lhes novas oportunidades.

Ao longo do tempo de existência do projeto, as Arteiras têm alcançado conquistas significativas. Elas participam de feiras e eventos, buscando fortalecer-se como mulheres e artesãs. José Roberto dos Santos, diretor da praça CEU, enfatiza a importância desse trabalho: “Consideramos as Arteiras como carro-chefe do nosso espaço, esse trabalho que elas fazem aqui é incrível. Tem toda uma importância de elas se reunirem e uma ensinar a outra.”

A voz das Arteiras

Lenir Dannette, uma das participantes, revela a importância terapêutica do projeto: “Eu na verdade vim para cá como uma terapia, porque como estou aposentada e estava sem um trabalho, aqui eu pude me achar um pouco e interagir com o grupo.”

Para Serli Bressan, voluntária e instrutora das outras artesãs, o projeto é uma fonte de fortalecimento pessoal: “Quando iniciei, comecei também como uma terapia e acabei ficando. Estou desde o início do projeto e não desisti nunca, e jamais vou desistir, porque é um projeto que está me fortalecendo cada vez mais, me abrindo novos horizontes.”

Amizade, aprendizado e diversão

Esuila Maran, Elvira Machado Ceconi, Carla Jaques e Jussara da Silva Jacomelli expressam sua alegria e gratidão por participar do projeto. Elas ressaltam a importância de aprender, compartilhar e se divertir juntas. “A gente ri, a gente come, a gente passeia, e é isso, sempre temos uma coisa para aprender e outra para ensinar aqui”, afirma Lenir Dannette.

Um futuro promissor e a valorização do artesanato

O desejo de Eliziana é que as Arteiras possam expandir seu alcance e comercializar suas peças através da internet. Além disso, o projeto também busca valorizar o artesanato local, participando de feiras e eventos na cidade. “Recebemos material bruto e elas conseguiram, através de muita pesquisa, transformar materiais que iam para o descarte em lindos artesanatos”, destaca Eliziana.

As Arteiras são um verdadeiro exemplo de como a união, a criatividade e a amizade podem transformar vidas. Com suas habilidades manuais, elas não apenas criam peças únicas, mas também fortalecem o espírito comunitário e encontram um espaço para expressão pessoal. O projeto mostra que o artesanato vai além da venda de produtos, sendo também uma forma de conexão emocional e terapia para suas participantes.

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