Após publicação de decreto que estabelece toque de recolher, procura por atendimento cai pela metade

Divulgação

No primeiro fim de semana de vigência do decreto municipal estipulando multa a quem promover aglomerações e recomendando evitar circulação nas ruas depois das 21 horas, os atendimentos no Hospital Lauro Reus tiveram queda de 50% de sexta a domingo (24 a 26) em relação ao final de semana anterior. No Pronto Atendimento 24 horas, a redução na média diária foi de 40%.

Durante todo fim de semana, equipes de fiscalização perceberam menos gente nas ruas, especialmente em espaços públicos. Quem insistiu em promover aglomeração sentiu no bolso com a cobrança de multa prevista em decreto editado semana passada. O prefeito Luciano Orsi afirma que a população respondeu positivamente às decisões da Prefeitura para conter o avanço da Covid-19 no município. “Muitas medidas foram tomadas. Medidas amargas que muitas vezes não gostaríamos de ter tomado, mas temos certeza que o cidadão compreende. Quero agradecer a população que respondeu muito bem. Foi um final de semana de menos pessoas nas ruas, e isso, com certeza, já vem se refletindo em uma melhora na Saúde”, afirma Orsi, lembrando que os dois fins de semana anteriores foram muito difíceis. “Esperamos que logo em seguida superemos esse momento mais crítico, mas, no momento, é hora de empatia, é hora de lutarmos não só por nós, mas por aqueles que a gente ama”, reforça.

Ampliação de estrutura

Desde março, quando foi confirmado em Campo Bom o primeiro caso de Coronavírus do Estado, a Prefeitura investiu na estrutura para atender a população. O coordenador médico do Pronto Atendimento (PA), Marcio Schafer, conta que, no final de semana entre os dias 10 e 12 de julho, a média de atendimento diário foi de 200 pacientes. “Isso é algo incalculável. Muitos pacientes com contatos familiares, dentro de uma socialização, coisas que estamos, insistentemente, pelo bem de todos, pedindo para que não ocorra. Mas de sexta-feira até domingo, (já com o decreto em vigor) tivemos uma média diária praticamente a metade de semanas anteriores, e creio que a gente está conseguindo conscientizar a população”, afirma. Os efeitos no PA são sentidos na estrutura hospitalar.

O diretor técnico do Hospital Lauro Reus, Thiago Serafim, lembra que o atendimento na casa de saúde está diretamente ligado ao Pronto Atendimento. O fim de semana retrasado foi desafiador com sete pacientes precisando de internação, dos quais quatro necessitavam de UTI. “Liguei para o prefeito apavorado com a situação que nos assustou muito. Nem os grandes hospitais estão preparados para uma demanda tão grande”, diz. Hoje o hospital conta com vários leitos de retaguarda com ventilação mecânica e esta semana serão abertos mais cinco leitos com essa estrutura para poder dar um suporte à UTI. Locais em que o paciente recebe o tratamento de UTI até que o Estado disponibilize leito pela Central de Regulação. “O problema da Covid não é do Município ou do Estado; é do Brasil inteiro. A gente precisa de ajuda da comunidade, que se conscientize em lavar as mãos, usar álcool em gel, não aglomerar. Covid, antes, era apenas números na tevê; hoje, é nome de familiares, de amigos.”, comenta.

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