ANIVERSÁRIO AG: O que estava acontecendo há trinta e seis anos em Campo Bom e no mundo?

O ano de 1986 foi reconhecido como o Ano Internacional da Paz, pela Organização das Nações Unidas (ONU). Entretanto, foi um ano um tanto quanto conturbado e cheio de marcos históricos.

Chernobyl

Em 26 de abril, uma tragédia aconteceu na Ucrânia (então parte da União Soviética): o acidente nuclear de Chernobyl, que ficou marcado como o pior acidente radioativo da história. Naquele dia, um dos reatores da antiga usina nuclear de Chernobyl explodiu após alguns testes que violavam os protocolos de segurança. Trinta e uma pessoas morreram logo após o desastre, de causas ligadas ao acidente. Mas, em 2005, um estudo da ONU estimou que ao menos 4 mil pessoas em vários países podem ter morrido nos anos seguintes, por doenças como o câncer de tireoide, causadas pela “nuvem de radiação”.

Copa do Mundo

De 31 de maio a 29 de junho, aconteceu a 13ª Copa do Mundo que contou com a participação de 24 países divididos em seis grupos de quatro participantes cada um. De cada grupo, os dois primeiros colocados se classificavam diretamente às oitavas de final, no México. A nação campeã foi a Argentina, tendo como vice, a Alemanha e em 3º colocado, a França. Essa Copa foi marcada como a Copa do Maradona, na qual ele se consolidou como o maior jogador da história da Argentina.

Nova República

Já no cenário brasileiro, o país vivia uma situação delicada no início da Nova República. A inflação pressionava, os salários estavam defasados e a dívida interna corroía as contas do Governo. O 31º Presidente do Brasil, José Sarney, eleito vice de Tancredo Neves nas eleições de 1985, exerceu a presidência interina até a morte de Neves. Sarney anunciou em cadeia de Rádio e TV a mudança mais radical na economia que o país já tivera: o Plano Cruzado, onde a moeda anterior, o cruzeiro, perdeu os três zeros à direita e foi substituído por uma moeda mais forte, o cruzado. O Plano decretou o fim da correção monetária e o congelamento de preços e tarifas.

No RS

A governança do Rio Grande do Sul era de Pedro Simon, e do vice, Sinval Guazzelli. Estavam no poder, também, os senadores José Fogaça e José Paulo Bisol, além de 31 deputados federais e 55 deputados estaduais na derradeira eleição para governador onde não vigiam os dois turnos.
Pequena

Gigante do Vale

Em Campo Bom, ou na Pequena Gigante do Vale, seus, aproximadamente, 45 mil habitantes, estavam sob a direção do 7º prefeito municipal (1983-1988): Karl Heinz Kopittke (PDS), como vice Breno Thoen (PDS), e sob o olhar dos vereadores: Danilo João da Silva (MDB), Daltro Renato Wolff (PDS), Deoclécio Schuetz (MDB), Domívio Libério da Silva (PDT), Giovani Batista Feltes (MDB), Ivo Caberlon (MDB), Jair Valdir Reinheimer (MDB), Léo Silvano (PDS), Maria do Carmo da Silva (PDS), Paulo Ricardo Trott (PDS) e Perci Ireno Luckmann (PDS).

Surge o AG

Mas, muito além disso, algo novo nascia na cidade: O Jornal A Gazeta. A ideia da criação do periódico começou a ser pensada e planejada no final de 1985, quando Mauri Spengler, Fernando da Silva Santos, Raquel Guimarães e Urquiza Santos passaram a se encontrar para colocar em prática essa idealização. Porém, foi somente em 20 de agosto de 1986 que surgiu a primeira edição do AG.

Diante da crise econômica pela qual passava o país, as dificuldades financeiras tiveram que ser enfrentadas pelo grupo, o que ocasionou as primeiras baixas na sociedade. O primeiro sócio a sair foi Urquiza, que voltou a trabalhar na indústria calçadista e logo depois foi a vez da jornalista Raquel Guimarães. Mesmo assim, Mauri e Fernando Santos continuaram tocando o jornal até o ano de 2002, quando Fernando também decidiu se desligar. A partir daí, Mauri Spengler assumiu a direção da empresa, situação esta, que acontece até os dias atuais.

Já dizia o escritor e jornalista colombiano, Gabriel García Márquez, o “Gabo”: porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz […]

E é com muito orgulho, ética, fome pela verdade e paixão que há 36 anos o Jornal A Gazeta pratica o verdadeiro jornalismo do interior. E é graças a vocês, os leitores, que comemoramos mais um dia 20 de agosto e almejamos mais trinta e seis anos de histórias para contar.

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