Aedes Aegypti: Índice de infestação coloca Campo Bom em estado de alerta

Os níveis de infestação domiciliar por larvas do mosquito Aedes aegypti (transmissor da dengue, zika e Chikungunya) chamados de “Índice de Breteau”, colocam Campo Bom em estado de atenção para uma possível epidemia da doença este ano. Por amostras coletadas em imóveis, o índice da densidade larvária apurado foi de 2,6 – em uma escala que vai até 5,0- sendo que o nível considerado satisfatório é menor que 1,0.

Os dados foram coletados através do trabalho em conjunto dos Agentes de Combate às Endemias e os Agentes Comunitários de Saúde, em todas as regiões da cidade. Ao todo, no primeiro semestre de 2019 foram vistoriados 55.253 imóveis e em 1.128 deles foram encontradas larvas do Aedes aegypti.

Conforme a coordenadora da Vigilância Sanitária e Ambiental de Campo Bom, Luiza Reichert, em todas as regiões da cidade foram encontrados criadouros do Aedes. “É uma situação que preocupa. Intensificamos o combate ao mosquito, bem como a fiscalização dos imóveis e as ações de conscientização da população. Mas é importante salientar que um criadouro em um imóvel tem potencial para infestar até nove quadras”, explica.

Segundo Gézer Eliseu Machado, Agente de Combate às Endemias, Campo Bom conta com uma equipe de 90 pessoas destacadas para intensificar a operação de combate à proliferação Aedes, coletando eventuais larvas do mosquito para posterior análise. As visitas ocorrem de segunda à sexta-feira em horário comercial. “Quando o agente chega, que ele vê o criadouro, ele elimina e orienta o dono da casa para que ele possa se prevenir, não deixando água parada. Então, são algumas ações que estamos realizando e pretendemos trabalhar durante todo o ano, principalmente dentro das escolas, para que os alunos sejam nossos multiplicadores”, enfatiza.

Dicas para eliminar o mosquito em casa

Os depósitos preferencias para os ovos do Aedes aegypti são recipientes domiciliares com água parada ou até na parede destes, mesmo quando secos. Os principais exemplos são pneus, latas, vidros, cacos de garrafa, pratos de vasos, caixas d’água ou outros reservatórios, entre outros. Por isso, é necessário:

Dificuldade para fiscalizar

Os agentes de combate à dengue têm encontrado dificuldades para fiscalizar imóveis contra focos do mosquito Aedes aegypti no município. De acordo com Luiza, muitos dos moradores visitados pela equipe ficam duvidosos sobre o fato de o agente ser, de fato, um agente, e acabam não permitindo a entrada no imóvel. Ela destacou ainda a importância do trabalho dos agentes de endemias, pois a maioria dos criadouros está dentro das casas. “Este trabalho é fundamental e os moradores podem identificar os agentes pelo uniforme, composto por uma camiseta branca do programa saúde da família e um colete verde, além do crachá da prefeitura”, explica.

De acordo com o levantamento feito pela Vigilância Sanitária e Ambiental em 2018 foram realizadas 1.275 coletas em Campo Bom, destas 69% resultaram em positivas para Aedes aegypti. Já em 2019, até o final do mês de julho 1.128 amostras haviam sido coletadas, das quais 80% resultaram em positivas para o Aedes.

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