A professora que apresentou a pesquisa científica campo-bonense para o mundo

“Campo Bom eternamente
Estarás no meu coração
Praças, parques de lazer
Tua cultura e educação.
Teus filhos que aqui nasceram
E também os de adoção
É com orgulho verdadeiro…”

Se você é campo-bonense, certamente não leu, mas cantou os versos acima. Trata-se de um trecho do hino do Campo Bom. Cidade quente, calorosa, referência quando o assunto é cultura e educação. Talvez, como diz o próprio hino, por ter sido construída pelos filhos que aqui nasceram e também os de adoção. Mas a força que se emana na população de pouco mais de 66.712 mil habitantes, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), ultrapassa as barreiras territoriais. Pessoas que se preocupam com as outras, pessoas que dedicaram suas vidas em ajudar o próximo, a lutar por uma causa. Neste 61º aniversário de Campo Bom o AG reuniu histórias de campo-bonenses de coração, que aqui nasceram ou escolherem o município para viver. Vamos mostrar histórias reais de amor e dedicação, vamos falar do Orgulho da Nossa Gente.

Conheça Margarida Telles da Cruz

A paixão por ensinar e a vontade de transmitir o conhecimento são o que impulsionam a escolha em seguir a carreira de professor. Vontade de fazer a diferença, influenciar a vida do ser humano desde pequeno, fazer parte do desenvolvimento da sociedade e ajudar na formação de caráter são algumas das razões que motivam os professores em acreditar na profissão e enfrentar os desafios diários. Desafios que motivaram a professora e bióloga Margarida Telles da Cruz que dedicou 31 anos à pesquisa e preservação ambiental em Campo Bom. Natural de Rodeio Bonito, a educadora chegou ao município há 35 anos para trabalhar e ficar mais perto das universidades. O que inicialmente era para ser um pequeno período longe 425,5 km de casa se tornou um projeto de vida. “Campo Bom é uma cidade encantadora, faz parte da história da minha vida, as pessoas são muito acolhedoras. Aqui encontrei parcerias e escolas bem equipadas, tive a oportunidade de transformar sonhos em realidade. Sou apaixonada pelas questões ambientais e em Campo Bom temos tudo isso muito próximo as nossas escolas”, revela a educadora aposentada especialista em recursos hídricos. Margarida iniciou seu vínculo com a rede de ensino municipal em 1987 desde então passou por quatro instituições. Em 2001 EMEF 25 de Julho passou a ser a Escola Pólo do Projeto Peixe Dourado (iniciativa que ocorre em 12 municípios da Bacia do Rio dos Sinos) em Campo Bom, o que potencializou a pesquisa científica no município. Os projetos coordenados pela professora levaram os alunos a ganharem prêmio na Mostratec e serem premiados pela Dpaschoal e a Fundação Educar, como melhores práticas de incentivo e mudança de hábito e conscientização ambiental em 2006 com o projeto “Conhecendo os banhados”. Em 2012 a iniciativa coordenada pela docente, intitulada Eco Web, ganhou o 1º lugar na categoria Inovação em Comunidade na América Latina e ficou na 2ª posição do ranking mundial. Em 2013 o mesmo projeto foi premiado no 7º Prêmio Professores do Brasil, na categoria Educação Digital Articulada ao Desenvolvimento do Currículo, representando a região sul do país. Com o currículo recheado de premiações e honrarias a professora fez os olhos de pesquisadores e autoridade do mundo todo se voltarem para a educação campo-bonense, e, aquele projeto sem pretensão alguma, que teve início em uma pequena sala, gerou frutos e se tornou destaque internacional.

Sair da versão mobile