30 anos do título: Veja como foi a conquista do Estadual Amador de 1990

Angélica Spengler/AG

Na decisão, o 15 de Novembro empatou com Pinheiros em 1 a 1 diante de centenas de torcedores que lotaram o Estádio Sady Arnildo Schmidt.

Há exatos 30 anos, o 15 de Novembro empatava com o Pinheiros de Taquari e recuperava a hegemonia do futebol amador do Rio Grande do Sul. A conquista do Campeonato Estadual de 1990 foi um marco na carreira dos atletas que atuaram naquele time e na do clube que é o maior vencedor de campeonatos gaúchos da categoria somando 15 títulos estaduais. O primeiro conquistado em 1960.

Esse período vitorioso estabeleceu uma forte ligação entre os jogadores, o clube e a cidade na época de ouro dos guris quinzistas.

Para relembrar a conquista histórica, o AG reuniu no Estádio Sady Arnildo Schmidt, os protagonistas da última conquista amadora estadual do clube. Onze representantes do elenco de 1990 retornaram ao palco da final na última quarta-feira, 9.

O reencontro

Aos poucos eles foram chegando e o ar de descontração e brincadeiras entre os jogadores dividia espaço com o clima de saudade. Lembranças, por exemplo, do momento em que o capitão da equipe, Jorge Trelha, levantou o troféu. “Bons tempos. Eu sinto muita saudade de tudo que eu vivi aqui dentro. Já se passaram trinta anos daquela conquista, alguns amigos já não estão mais aqui, mas sempre lembramos deles. Ter seu nome gritado nas arquibancadas emociona demais. Hoje eu sou reconhecido pelos torcedores, por aquilo que fiz vestindo a camisa do 15”, contou o ex-zagueiro Jorge Trelha, 55 anos. Participaram do encontro ainda o técnico do título Celso Bock, os laterais esquerdos Buião e João Carlos, o volante Tuguinha, o meia- esquerdo, Rubem, o massagista, Laerte, e Melo, Tarrasqueta e Ganso da diretoria.

O título

Foi um título que começou a se desenhar em 1989, depois de um troca-troca de técnicos com a chegada do ex-jogador Celso Bock, que voltava ao clube para assumir a casamata. Com o novo técnico, o time engrenou. Da equipe principal apenas quatro jogadores haviam permanecido no Sady Schmidt e ao novo comandante quinzista foi delegada a missão de reestruturar a equipe que vinha de péssimos resultados. Com sete novos jogadores no elenco, vindos do São José de Novo Hamburgo, Bock teve que arrumar a casa. “O ambiente estava ruim e a autoestima baixa. O pessoal não imaginava que pudéssemos prosseguir no campeonato e muito menos ganhar. O meu grande objetivo era colocar na cabeça de cada um que sim era possível. Que estávamos formando uma equipe forte, um plantel bem acima da média e foi através de estratégias de jogo que conseguimos trazer a taça para Campo Bom”, relembra Celso Bock. O ex-meia Rubem lembra que Bock colocou sua forma de trabalhar, incutindo na cabeça dos jogadores que era o momento de fazer história. “E acho que todos os jogadores compraram essa ideia também. As coisas começaram a fluir e a equipe se uniu muito, éramos uma família, isso se refletiu dentro de campo”. O 15 de Novembro se mostrou uma equipe sólida ofensivamente e chegou ao quadrangular final como favorito. Os dos primeiros jogos foram disputados em Taquari. Na sexta-feira, 30 de novembro, a equipe ficou no zero a zero contra o Mundo Novo. Mas foi no sábado, 1º de dezembro que aconteceu o jogo mais esperado, pelo menos para os torcedores da região. O 15 se reabilitou na competição diante da Associação Sapiranga, com dois gols do meia Marcelo, a equipe tirou as chances dos sapiranguenses chegarem ao tão cobiçado título estadual. Resultado que garantiu o 15 na final. Na decisão, desta vez jogando em casa, os quinzitas entraram em campo contra o Pinheiros de Taquari. Sandro abriu o placar para os visitantes nos primeiros minutos de jogo, resultado que se manteve até o início do segundo tempo quando o zagueiro Batata marcou o gol de empate que deu o titulo de Campeão Estadual ao time campo-bonense.

A equipe de 90

Jogadores: Serafina, Maizena, Bilu, Buião, João Carlos, Gino (in memorian), João Trelha, Gi, Luisão, Karl, Tuguinha, Sanchez, Geovani, Rubem, Marcelo, Batata, Luis Fernando Moreno, Deiwes, Toninho, Juari, Careca e Nico.
Equipe técnica: Celso Bock, Zeca Bauer, Clóvis e Laerte. Direção: Claudio Blos, Polenta, Tarrasqueta, Ganso e Gilberto Wallauer.

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