Ataque cibernético causa prejuízo e transtorno à estabelecimento da cidade
- Escrito por Renan Spengler - MTB 16379
- Publicado em Internet

Por volta das 20 horas do dia 12 de outubro, Debora Trierweiler, proprietária da Apoteka, Farmácia de Manipulação, trabalhava em seu notebook quando a sua conexão com a internet aparentemente caiu. Após aguardar alguns minutos, ela tentou novamente se conectar, quando então veio um aviso em seu monitor com o seguinte texto, escrito em inglês: “Todos os seus arquivos estão criptografados, para descriptografar eles, me mande um e-mail: vegclass@aol.com”. A partir daí a normalidade de um dia de trabalho deu lugar a angústia e apreensão diante de uma ameaça de perder todos os arquivos existentes não somente em seu computador, mas em toda a rede de informática de sua empresa.
“A primeira coisa que notei foi que o computador ficou mais lento e os ícones da minha área de trabalho ficaram diferentes. Logo veio a mensagem no monitor. Acionei imediatamente o suporte técnico. Eles já eram conhecedores deste problema e poucas esperanças me deram”, relembra Débora. No dia seguinte ele registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia local. Diversos relatórios endereçados ao Ministério da Saúde e a Anvisa estavam entre os documentos perdidos.
Sequestradores de arquivos
Logo no início Débora não sabia, mas a sua empresa estava sendo vítima de Ransomware, prática que vem se disseminando pelo mundo, principalmente a partir de 2012. A prática consiste em hackers sequestrarem os arquivos das vítimas e posteriormente repassar instruções de como proceder para que eles recuperarem os mesmos. No caso da Apoteka, as instruções vieram logo. “Ao enviar e-mail para o endereço que nos foi passado, começou a negociação (toda ele em inglês). Os sequestradores pediram o pagamento de duas Bitcoins*, ao mesmo tempo eles nos deram a garantia que os arquivos seriam devolvidos. Mesmo assim efetuamos o pagamento e para a nossa surpresa, apenas 10% dos arquivos roubados, foram devolvidos”, conta Débora. Além do prejuízo, a farmácia teve o seu atendimento comprometido pela demora, o que foi solucionado no prazo de uma semana.
Passado o ocorrido, Débora conta que hoje a empresa está passando por uma grande reorganização. “Todos os processos que antes estavam prontos, estamos refazendo do 0. A minha equipe de colaboradores está sendo essencial para essa reorganização, pois não estão medindo esforços para a solução deste grande problema no qual fomos atingidos”, destaca.
“Vamos sentir esse ataque por muito tempo ainda, a cada novo relatório, fórmula e documento que terão que ser refeitos”, salienta a proprietária. Após o sequestro dos dados virtuais, a empresa passou a adotar novas práticas para que o mesmo não volte a ocorrer. “Hoje nossa preocupação é constante. Diante disso estamos fazendo backup diários dos dados”, explica Danile Trierweiler, filha de Débora, responsável pela administração da farmácia.
Leia a matéria completa, com opinião e recomendação de especialista na edição impressa de 09 de dezembro de 2016